sábado, 31 de outubro de 2009

Frases da Clarice

"Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente". Clarice Lispector.


" O que eu sinto eu não ajo.
O que ajo não penso.
O que penso não sinto.
Do que sei sou ignorante.
Do que sinto não ignoro.
Não me entendo e ajo como se entendesse". Clarice Lispector


"Por te falar eu te assustarei e te perderei? Mas se eu não falar eu me perderei, e por me perder eu te perderia". Clarice Lispector


"Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado". Clarice Lispector


"Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação." Clarice Lispector


"
Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento". Clarice Lispector



Há tantas frases dos textos de Clarice que me são inteiramente autobiográficas.

Confissões de uma mente feminina


É até estranho quando a gente fala assim: "Confissões de uma mente feminina" quando se carrega tantos signos para isso: a de ser estudante de Ciências Sociais, simpatizante da causa feminista e ser uma mulher. Tudo é relativo e se resume a uma só coisa num dado momento: você e sua experiência do ser feminino.
Sim, porque há uma parte na sua vida em que você age conscientemente somente como pessoa, parecendo um ser meio neutro e se você tem a tendência de neutralizar certos sentimentos, então... Danou-se. Mas aí, chega o momento em que você não pode fugir das coisas, você sente, você sofre, você se conscientiza e você finalmente assimila: Sou mulher.
Sou mulher e também possso ser muitas das vezes, "mulherzinha". E essa fase aparece sempre numa determinada época do mês em que tudo parece ter uma dimensão realmente maior. A menstruação, A TPM, muitas das vezes me faz pensar que é o momento em que mesmo sem querer, eu me permito ser mais eu mesma nesse exato sentido, o de ser mulher e me deixar ser mulherzinha. Mostar para mim mesma toda a fragilidade que eu tento sempre esconder. Quase sempre, eu brinco comigo mesma e com alguns amigos; e me aproprio de certos termos filosóficos-existencialistas e digo que essa é a fase em que eu me permito experimentar o meu "nada". Quando eu me permito fazer a experiência do estar em si mesma.